
Dom Casmurro é um clássico da Literatura Brasileira, escrito por Machado de Assis. A obra faz parte da Trilogia realista do autor e é uma excelente opção para um primeiro contato com a escrita literária Machadiana.
Olá, amigos!
Estou me desafiando a ler um clássico por mês e o escolhido para abrir essa jornada desafiadora foi Dom Casmurro. Talvez você se pergunte, Bianca, mas todo mundo conhece essa história, como assim você não leu? Então, eu já até fiz um trabalho sobre esse livro na época do Ensino Médio sem ler. Enfim, a hipocrisia. E quais foram meus critérios de escolha para ter um novo contato com a obra? Primeiro: o tamanho, 198 páginas não me assustam. Segundo: o fato de eu já ter em casa e não precisar comprar. Segundo: é uma vergonha eu nunca ter lido esse livro, certo? Foi isso. Vamos à análise.
Sobre o livro
Em Dom Casmurro, acompanhamos a narrativa regressa da vida de Bentinho, contada pelos olhos do próprio personagem. A princípio, vemos as descobertas do desejo adolescente (eu ri bastante dessa parte), as nuances do convívio familiar, as dificuldades de adequação ao que era exigido pela igreja e o relacionamento entre Capitu e Bentinho. A escrita é fantástica e, por mais que traga palavras que não estamos habituados no cotidiano, não foi difícil de entender e muito menos travou a leitura. Na verdade, a escrita de Machado de Assis é envolvente e viciante.
Minha opinião
Eu fiquei muito surpresa comigo ao ler esse livro, porque todas as obras clássicas que li até hoje foram por pura obrigação, poucas foram as que li com gosto, mas com Dom Casmurro, eu me diverti de verdade. Sempre que o Bentinho narrava como era estranho o sentimento que começava a nutrir pela amiga e vizinha sem entender muito bem por que o corpo reagia daquela forma a ela eu soltava uma risada sincera, pois todo adolescente já passou por essa transição e é realmente algo estranho. Cada vez que a maior atrocidade preconceituosa era retratada, revelando as crenças da época, eu abria a boca em choque e também em divertimento, divertimento por observar como algumas coisas mudaram, embora outras ainda se mantenham firmes no imaginário social, como o papel feminino limitado ao serviço familiar. No começo do livro eu realmente gostei de Bentinho, tanto que grifei as declarações de amor que ele fez e a escrita foi tão perfeita que terminei a obra com muita raiva do personagem. Outro ponto a ser destacado é a reflexão sobre as práticas religiosas. Vemos no começo do livro um Bentinho imaturo, barganhando com Deus tudo que desejava por meio de promessas que nunca cumpria e burlando a promessa feita pela mãe de que ele seria padre. Essa última parte me deixou profundamente chocada por duas razões: 1 – eu esperava ficar ansiosa para saber sobre o casamento com Capitu, todavia, na verdade, fiquei mais ansiosa, durante toda a leitura, para descobrir como ele se livraria da promessa da mãe; 2 – de todas as formas que ele poderia se livrar de ser padre, eu nunca imaginei que a solução fosse “enganar” a Deus. Enfim, a experiência foi boa e divertida. Não espere que minha jornada na leitura de clássicos renda análises profundas e dignas de tese de doutorado, pois esse não é o meu objetivo. Quero introduzir clássicos divertidos na minha rotina para ter minhas leituras por prazer feitas também com obras que foram aclamadas em uma época em que não existiam as Bookredes e marcaram toda uma geração.
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Avaliação: Eu me recuso a avaliar um clássico 🙂